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Em telefonema para Putin, Lula faz pedido inesperado em relação às negociações de paz na Ucrânia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve uma conversa telefônica com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, nesta quarta-feira (14). Durante o contato, Lula incentivou o líder russo a participar pessoalmente das conversas de paz com a Ucrânia, agendadas para ocorrer na quinta-feira (15) em Istambul, na Turquia.
De acordo com informações divulgadas pelo Palácio do Planalto, Lula ressaltou a importância simbólica da presença direta de Putin nas negociações, mesmo reconhecendo que a formação das delegações é uma decisão soberana de cada país. O líder brasileiro teria reforçado que um envolvimento pessoal de alto nível poderia impulsionar avanços significativos nas tratativas.
Na véspera, Lula já havia comentado, em entrevista, que o chanceler ucraniano, Andrii Sybiha, manifestou ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, o desejo de que o presidente russo aceitasse um cessar-fogo temporário de 30 dias. Além disso, pediu que Lula intercedesse junto a Putin para que comparecesse em Istambul.
Turquia como palco de um possível avanço diplomático
Lula relatou que esse apelo se intensificou após um telefonema direto de Sybiha para Mauro Vieira, reforçando a solicitação. Segundo o presidente, os pedidos chegaram enquanto ele estava em trânsito para Moscou, onde participou de um jantar com Putin. Foi nesse encontro que o líder brasileiro propôs a trégua, a qual, segundo ele, teria recebido uma resposta positiva do presidente russo.
Em tom descontraído, Lula comentou que se disporia a falar diretamente com Putin novamente, com o objetivo de convencê-lo a ir à Turquia. “Não custa nada tentar um apelo direto”, sugeriu o presidente, mostrando disposição em continuar atuando como mediador informal entre as partes envolvidas no conflito
Ucrânia mantém cautela à espera da decisão russa
Do lado ucraniano, o presidente Volodymyr Zelensky confirmou sua presença na mesa de negociações em Istambul. No entanto, ele ainda aguarda a confirmação sobre quem representará oficialmente a Rússia no encontro.
Até então, Moscou havia designado o vice-chanceler Sergey Ryabkov para liderar sua delegação nas conversas. A eventual ida de Putin à Turquia representaria um sinal significativo de comprometimento com o avanço das tratativas, aumentando as expectativas sobre a possibilidade de um cessar-fogo duradouro
