Notícias
Ele mentiu? Laudo do IML vai contra o depoimento de amigo do empresário encontrado morto em Interlagos

A investigação sobre a misteriosa morte do empresário Adalberto Amarilio Junior, encontrado em uma área restrita do Autódromo de Interlagos, em São Paulo, ganhou novos contornos com a divulgação do laudo do Instituto Médico Legal (IML). O documento contradiz diretamente a versão apresentada pelo amigo que o acompanhava no evento. Segundo o IML, não foram detectadas substâncias alcoólicas nem entorpecentes no organismo da vítima, derrubando a alegação de que Adalberto teria consumido oito latas de cerveja e usado maconha naquele dia.
No depoimento prestado anteriormente à Polícia Civil, o amigo afirmou que o empresário apresentava um comportamento anormal, relatando nervosismo, euforia e ansiedade, o que teria sido causado, segundo ele, pela combinação de álcool e drogas. Entretanto, a própria delegada Ivalda Aleixo, responsável pelo caso, já havia manifestado estranheza em relação à descrição dos sintomas, uma vez que não condizem com o efeito comum dessas substâncias, geralmente associadas a um comportamento mais lento e sedado.
Amigo do empresário pode ter mentido em depoimento
A nova etapa da apuração incluiu o uso de técnicas de perfilamento criminal no interrogatório do amigo. Esse procedimento permite que especialistas — como psicólogos, peritos e criminólogos — analisem o comportamento do depoente com o objetivo de compreender sua mente e atitudes. Trata-se de uma abordagem utilizada quando as evidências físicas são escassas ou inconclusivas, e pode revelar contradições sutis ou intencionais nos relatos.
Segundo a delegada, foi descartada a hipótese de acidente ou roubo. A possibilidade de uma queda acidental, por exemplo, é considerada improvável, dado que a vítima não apresentou indícios de luta e estava com as roupas parcialmente retiradas. Por ser um piloto experiente, conhecedor do trajeto, a suspeita principal é de que Adalberto tenha tentado cortar caminho e, nesse momento, se envolveu em uma espécie de confronto físico.
Principal hipótese dos investigadores
A hipótese dos investigadores é de que alguém possa ter usado o próprio corpo para imobilizá-lo, causando uma compressão torácica que teria levado ao desmaio ou à morte. Outro ponto relevante é que, apesar da ausência da câmera GoPro que estava no capacete da vítima, outros pertences de valor foram encontrados no local, como o celular, os cartões e a jaqueta, o que reforça a tese de que não houve roubo. Com isso, a linha de investigação segue focada em esclarecer a motivação real do confronto e a identidade da pessoa envolvida, à medida que novas informações surgem e reforçam a complexidade do caso.
