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crianças são encontradas após anos presas em casa

A descoberta de uma residência em Oviedo, na Espanha, onde três crianças foram mantidas isoladas do mundo exterior por mais de três anos, veio à tona na última semana. A investigação começou graças à iniciativa de uma vizinha, identificada como Silvia, que documentou meticulosamente as atividades na casa de Christian Steffen e sua esposa, Melissa Ann Steffen, desde que a família se mudou para a região em outubro de 2021, durante a pandemia de Covid-19.
Documentação minuciosa
Silvia, que vive a apenas 20 metros da residência dos Steffen, começou a registrar uma série de observações detalhadas após perceber que algo estranho ocorria na casa. Sua documentação incluía horários específicos em que as cortinas e persianas se moviam, além dos momentos em que Christian saía para pegar entregas. O diário também destacava a quantidade de comida e bebida que entrava na residência, o que não parecia condizente com a presença de apenas um único morador registrado.
Com o tempo, Silvia começou a suspeitar que havia mais pessoas na casa, especialmente após ouvir vozes de crianças. Ela decidiu entregar suas anotações à polícia em 14 de abril, levando as autoridades a iniciarem uma investigação. As forças policiais descobriram que as crianças eram mantidas com fraldas e máscaras, resultado do pânico dos pais em relação à Covid-19.
Condições insalubres
Na residência, as condições eram precárias. As janelas e portas estavam trancadas, e o local estava repleto de lixo, fezes de animais e medicamentos vencidos. O quarto de hóspedes servia como depósito para fraldas sujas, enquanto um gato doente ocupava o banheiro ao lado do quarto dos gêmeos. A situação era agravada pela falta de contato com o mundo externo, o que levou as crianças a produzirem desenhos perturbadores durante o tempo de confinamento.
As autoridades explicaram que Christian era responsável por receber as compras, enquanto sua esposa, que enfrenta dificuldades de locomoção devido ao peso, permanecia em casa. As crianças, ao serem resgatadas, demonstraram um misto de espanto e alívio ao finalmente saírem ao ar livre. A reação das crianças indicava que haviam passado anos sem experiência com o ambiente externo.
Esforços para reunir a família
Agora, o foco está em encontrar parentes que possam cuidar das crianças. Segundo Gimena Llamedo, vice-presidente do governo regional das Astúrias, as autoridades estão empenhadas em garantir o bem-estar dos menores. Enquanto isso, os pais enfrentam acusações de violência doméstica, maus-tratos psicológicos e abandono de incapaz, com possibilidade de ampliação das acusações para detenções ilegais. Se condenados, podem pegar entre cinco e sete anos de prisão.
