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Febre dos bebês reborn extrapola os limites da sanidade e vira até projeto de lei
Após a aprovação de uma proposta que previa a inclusão do Dia da Cegonha Reborn no calendário oficial do município do Rio de Janeiro, outros dois projetos de lei sobre os bebês reborn – bonecos realistas de bebês humanos – foram protocolados por deputados do Rio e de Minas Gerais.
As propostas, enviadas para o Legislativo na última terça-feira, envolvem, respectivamente, a assistência de saúde mental para a pessoa que se considerar “pai ou mãe” de bebês reborn e a proibição do acesso dos bonecos ao sistema público de saúde. Os dois textos ainda entrarão em pauta.
Propostas de lei sobre bebês reborn
O PL 5357/2025, que institui a criação de um programa de saúde mental para quem demonstrar vínculo paterno ou materno com os bonecos no território fluminense, foi encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) nesta terça-feira. O texto, de autoria do deputado estadual Rodrigo Amorim (União), prevê o desenvolvimento de ações de prevenção, acolhimento, orientação e acompanhamento dos ‘pais’ dos bonecos com o objetivo de prevenir o adoecimento, a depressão e atentado contra a própria vida.
Segundo a medida, os protocolos do programa vão ser criados por equipes com psicólogos, terapeutas e assistentes sociais. Na justificativa do projeto, Amorim afirma que os bebês reborn podem ser uma “ferramenta terapêutica valiosa”, mas ressalta que os bonecos “não podem ser um objeto que faça a pessoa fugir da realidade ou ainda criar uma dependência afetiva”.
Atendimento a bebês reborn extrapola limites da sanidade
Também na terça-feira, foi encaminhado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais o PL 3.757/2025, assinado por Cristiano Caporezzo (PL), deputado, que proíbe o atendimento médico de bebês reborn e de outros objetos inanimados nas unidades de saúde da rede pública do estado, que extrapola os limites da sanidade.
O texto do projeto prevê pagamento de multa com 10 vezes o valor do serviço prestado e, em caso de descumprimento, ainda afirma ter como objetivo evitar que pessoas que fazem tratamento em unidades do SUS corram risco de vida, além de evitar o gasto de verba pública no atendimento dos bonecos.
O que são bebês reborn?
Os bebês reborn são bonecas artesanais que buscam imitar com extrema fidelidade a aparência de bebês reais. Utilizando técnicas de pintura, enraizamento de cabelos e materiais específicos, os artistas reborn, como são chamados, dedicam horas para criar cada detalhe, desde a textura da pele até as pequenas veias e manchas, resultando em peças únicas e impressionantes pelo realismo.
A arte de criar bebês reborn surgiu nos Estados Unidos na década de 1990 e rapidamente ganhou adeptos e admiradores em todo o mundo. O processo de criação de um bebê reborn é minucioso e exige paciência e habilidade. Tudo começa com um kit, geralmente feito de vinil ou silicone, que serve como base. A partir daí, o artista aplica diversas camadas de tinta, utilizando técnicas de pintura a seco e úmida para criar a coloração da pele, as sombras, as veias e outras características que conferem realismo. O enraizamento dos cabelos, feito fio a fio, é outra etapa que demanda tempo e precisão, buscando imitar o crescimento natural dos fios de um bebê.
Além da pintura e do cabelo, outros detalhes contribuem para o realismo dos bebês reborn. O peso e o tamanho são cuidadosamente ajustados para se assemelharem aos de um recém-nascido real, utilizando enchimentos e microesferas. As unhas são pintadas e seladas, e em alguns casos, até mesmo a saliva e as lágrimas são simuladas com materiais específicos. Roupas e acessórios de bebê real também são utilizados para vestir e complementar a aparência dos reborns, tornando-os ainda mais convincentes.
