Lutadora argelina comenta após polêmica sobre seu gênero: “Sou mulher e continuarei mulher”

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Imane Khelif buscará vaga na final nesta terça-feira, 6, contra a tailandesa Janjaem Suwwannapheng

A boxeadora argelina Imane Khelif fez sua primeira declaração após a grande polêmica sobre seu gênero durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Depois de vencer a húngara Anna Luca Hamori nas quartas de final da categoria até 66kg no boxe feminino, ela deixou um recado importante para todos.

Imane disse: “Quero dizer ao mundo inteiro que sou mulher e continuarei mulher. Eu dedico esta medalha ao mundo e a todos os árabes, e digo a vocês: vida longa à Argélia”. Com essa declaração, Khelif mostrou sua determinação e orgulho, destacando a importância de sua vitória não apenas para ela, mas para sua nação e para todos os árabes.

Com essa vitória, Khelif garantiu pelo menos a medalha de bronze em Paris 2024. No boxe, não há disputa direta pelo terceiro lugar, então as duas semifinalistas derrotadas são premiadas automaticamente. Agora, a boxeadora argelina está focada na próxima luta que pode levá-la à final. Ela enfrentará a tailandesa Janjaem Suwwannapheng nesta terça-feira, 6 de agosto, às 17h34 (horário de Brasília).

No ano passado, Imane Khelif esteve no centro de uma grande controvérsia. Ela foi desqualificada do Campeonato Mundial de 2023 após um teste de gênero mostrar que ela tinha cromossomos XY, o que levou a uma série de discussões sobre sua elegibilidade para competir. A presença dela nas Olimpíadas de Paris também se tornou um ponto de debate, com algumas boxeadoras levantando questões sobre a justiça e a igualdade nas competições.

Apesar das críticas, o Comitê Olímpico Internacional (COI) autorizou sua participação nos Jogos Olímpicos. No entanto, o tema continua gerando divisões. Outras atletas que estão competindo em Paris levantaram preocupações sobre a adequação das regras e se há um equilíbrio justo nas competições.

Mark Adams, porta-voz do COI, comentou sobre a situação, explicando por que o teste de testosterona não é a melhor solução. Ele disse: “O teste de testosterona não é um teste perfeito. Muitas mulheres podem ter níveis de testosterona iguais ou semelhantes aos dos homens, embora ainda sejam mulheres.” Essa declaração revela a complexidade do problema e os desafios enfrentados pelas organizações esportivas ao tentar garantir a equidade nas competições.

O COI também esclareceu que a Associação Internacional de Boxe (IBA), que organizou o Campeonato Mundial, não é mais reconhecida como uma entidade competente desde 2023. O comitê mencionou falhas repetidas na integridade e transparência da IBA, além de acusações de manipulação de resultados e corrupção. Esses problemas geraram ainda mais incertezas e debates sobre a legitimidade dos testes e das decisões relacionadas ao gênero no esporte.

Portanto, enquanto Imane Khelif continua sua jornada nas Olimpíadas, o debate sobre a questão de gênero no esporte não mostra sinais de diminuir. A situação traz à tona uma série de questões sobre como garantir uma competição justa e inclusiva para todos os atletas. A decisão de Khelif de competir em Paris 2024 e suas vitórias até agora continuam sendo um reflexo da complexidade e das emoções envolvidas nesse cenário esportivo.