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‘quando eu olhei para baixo’

Com as mãos queimadas, o piloto Elves Crescêncio, responsável pelo balão que caiu em Praia Grande (SC), deu um depoimento emocionado à Polícia Civil. A tragédia acabou deixando oito mortos na manhã deste último sábado (21/06)
Em entrevista concedida ao programa Fantástico, da TV Globo, em parceria com a NSC TV, o condutor detalhou os instantes de pânico vividos logo após identificar o início do incêndio que tomou o cesto da aeronave e provocou a tragédia.
Piloto do balão tinha habilitação para voar no local
Com mais de três anos de experiência e 700 horas de voo registradas, Elves era habilitado e possuía autorização legal para pilotar balões. Segundo a Polícia Civil, a documentação do piloto estava regular, e ele já havia feito diversos voos sobre a região de Praia Grande, considerada um dos principais pontos turísticos do sul do estado para a prática de balonismo.
O condutor disse que a cidade é conhecida por realizar muitos voos e que tudo parecia normal na manhã daquele sábado. Elves disse que cerca de 40 a 45 balões estavam decolando na região que aconteceu o acidente.
Piloto chora ao revelar momento de tensão em queda do balão
Por volta de dois minutos após a decolagem, Elves Crescêncio percebeu que algo estava errado. “Algo em torno de dois minutos estimados, de voo, eu sinto um cheiro de queimado dentro do cesto. Quando eu olhei para baixo, era a capa do tanque de gás”, desabafou chorando.
Imediatamente, o piloto tentou conter as chamas de forma instintiva, usando os próprios pés. Na sequência, acionou o extintor de incêndio, mas o equipamento falhou. O condutador relatou que com os dedos queimados ainda tentou arrancar o cilindro com as próprias mãos, mas sem sucesso.
Victor Hugo Mondini Corrêa, um dos sobreviventes do acidente, confirmou a tentativa heroica do piloto. Segundo ele, Elves ainda tentou lançar o cilindro em chamas para fora do balão, numa última tentativa de evitar que o fogo se alastrasse.
