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Robinho deixa ‘presídio dos famosos’ e informação de última hora revela destino
O ex-jogador de futebol Robinho, condenado na Itália por violência sexual coletiva ocorrida em 2013, deixou a Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (17). Segundo informações divulgadas pelo g1 e confirmadas pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), ele saiu da unidade por volta das 8h30 e foi transferido para o Centro de Ressocialização de Limeira, também no interior paulista. O local de onde Robinho saiu é conhecido como “presídio dos famosos” por receber detentos de grande repercussão pública. O ex-atleta cumpre pena de nove anos de prisão e está detido em estabelecimentos prisionais paulistas desde março de 2024, quando passou a cumprir a condenação no Brasil. A SAP informou que a mudança de unidade ocorreu a partir de solicitação formal apresentada por sua defesa.
A condenação de Robinho tem origem em decisão da Justiça italiana relativa a um caso de violência sexual coletiva registrado em Milão, em 2013. Após o trânsito em julgado da sentença, as autoridades italianas solicitaram ao Brasil a execução da pena, já que o ex-jogador reside no país. Em 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) homologou a decisão estrangeira, permitindo que a pena de nove anos fosse cumprida no sistema prisional brasileiro. A partir dessa homologação, Robinho foi encaminhado à P2 de Tremembé, onde permaneceu até a transferência desta segunda-feira. A unidade de Tremembé costuma receber presos de grande notoriedade, o que contribuiu para a associação do local ao termo “presídio dos famosos” usado popularmente.
Pedido da defesa e critérios para transferência de Robinho
No fim de outubro, os advogados de Robinho ingressaram na Justiça com pedido para que ele fosse levado a outro estabelecimento prisional dentro do estado de São Paulo. A solicitação inicial foi negada sob o argumento de que a definição de unidade caberia à Secretaria da Administração Penitenciária, e não ao Judiciário, orientando que a defesa tratasse o assunto diretamente com a pasta. Na petição apresentada, os representantes do ex-jogador destacaram que ele teria conduta considerada adequada no cárcere, sem registro de faltas disciplinares, e ressaltaram que se trata de réu primário, com apenas uma condenação criminal. Além de Limeira, foram mencionadas como alternativas unidades em Bragança Paulista e Rio Claro. Posteriormente, o pedido foi encaminhado à SAP, que autorizou a transferência para o Centro de Ressocialização de Limeira, confirmando que a medida ocorreu a partir da demanda apresentada pela defesa.
O Centro de Ressocialização de Limeira é descrito pela administração prisional como uma unidade voltada à manutenção do vínculo familiar e ao oferecimento de atividades educativas e laborais aos detentos. O local concentra iniciativas de formação profissional e escolar, além de programas em que internos atuam em benefício da comunidade da cidade. Em períodos de férias escolares, por exemplo, presos são designados para trabalhos de pintura em colégios e para serviços de manutenção em praças e áreas públicas do município, sempre sob supervisão. De acordo com os advogados de Robinho, a escolha por Limeira está relacionada ao perfil desse tipo de unidade: para a defesa, transferi-lo para o centro significaria inseri-lo em “um ambiente mais compatível com o perfil dele e que favoreça a ressocialização, com oportunidades de estudo e trabalho“.
Rotina no Centro de Ressocialização de Limeira e próxima etapa da pena
Com a mudança para o Centro de Ressocialização de Limeira, Robinho passa a cumprir a pena em um modelo de unidade que combina encarceramento com oferta estruturada de estudo e trabalho. A participação em cursos e frentes de serviço costura a rotina dos internos, que podem ser direcionados a atividades internas ou externas, de acordo com regras definidas pela Secretaria da Administração Penitenciária. A execução da condenação de nove anos segue sob responsabilidade do sistema prisional paulista, observando critérios previstos na legislação para eventuais benefícios, como a análise de tempo de pena já cumprido e o histórico disciplinar. A defesa do ex-jogador sustenta que o novo ambiente pode facilitar a participação dele em programas educacionais e laborais oferecidos pela unidade, o que considera relevante para a etapa de ressocialização prevista no cumprimento da pena determinada pela Justiça italiana e homologada pelo STJ no Brasil.