Hacker vaza dados da Disney e revela segredos sobre parques e streaming

Hacker vazou mais de 44 milhões de mensagens entre funcionários da Disney, além de 18,8 mil planilhas e 13 mil PDFs
Há alguns meses, hackers divulgaram online um conjunto de dados da Disney, revelando várias estratégias financeiras, bem como informações sobre clientes e funcionários, conforme informações do The Wall Street Journal.

Os documentos contêm informações acerca dos lucros oriundos de produtos como “Disney +” e “ESPN+”, além de vários dados financeiros e credenciais de acesso para as plataformas online da Disney.

O Wall Street Journal buscou a Disney para comentários, mas a empresa se recusou a falar: “Nos recusamos a comentar informações não confirmadas que o Wall Street Journal conseguiu propositalmente do resultado das ações ilegais e ruins de uma pessoa.”

No mês de agosto, a Disney informou a vários investidores que iniciaram um procedimento regulatório para investigar o vazamento não autorizado de dados, cujo volume excedeu um terabyte.

O que tinha no vazamento?
O hacker divulgou mais de 44 milhões de mensagens da Disney no Slack (plataforma de comunicação empresarial), juntamente com 18,8 mil planilhas e 13 mil PDFs.

Parece que as mensagens são de canais aos quais um funcionário específico tinha acesso. No entanto, nenhuma conversa com altos executivos e figuras proeminentes da Disney foi divulgada.

Uma das revelações foi o rendimento produzido pelo Genie +, uma forma de admissão premium para um dos parques da Disney. As estatísticas indicam que esses ingressos se tornaram um elemento crucial do rendimento — e acumularam mais de US$ 724 milhões de lucro no período entre outubro de 2021 e junho de 2024.

Os relatórios também revelaram que as plataformas de streaming (Disney +, Hulu, ESPN+) geraram receitas de US$ 2,4 bilhões no primeiro trimestre de 2024. Este número é significativamente maior do que o divulgado anteriormente pela empresa, o que o WSJ interpretou como uma estratégia para adquirir mais ações das plataformas de streaming a um custo reduzido.

Vazamentos de algumas planilhas expunham informações pessoais de empregados e clientes, incluindo dados de “passaporte” e “visto”, data de nascimento, números de telefone, endereços e outros.

Informações adicionais revelam algumas discussões entre executivos – táticas de divulgação, como eles lidam com companhias rivais e queixas dos empregados para a organização.

A companhia também declarou que o ocorrido não gerou consequências nas operações ou finanças da mesma, e não há previsão de que isso ocorra. Afirmou ainda que os dados são parciais e não representam, necessariamente, o balanço atual.

Quem é hacker
Ainda não se conseguiu localizar o hacker. Usando o pseudônimo de Nullbulge, ele afirmou que os documentos foram disponibilizados em uma página que não pode ser rastreada, o que implica que é desconhecido o número de pessoas que efetuaram o download.

Também afirmou pertencer a um grupo de ativistas russos que defendem os “direitos de artistas”, porém as investigações indicam que ele provavelmente atuou sozinho e nos Estados Unidos.

Nullbulge também relatou que invadiu o sistema de um funcionário envolvido no desenvolvimento de software para a Disney, e foi dessa maneira que obteve os dados.